As receitas são as mais diversas possíveis: mastigar cravo, gengibre, tomar água morna com limão, chás dos mais variados e até sugestões perigosas e cancerígenas do tipo bochechar água oxigenada.
Basta uma busca rápida na internet para encontrar soluções variadas, fórmulas que prometem acabar com o mau hálito em 60 cápsulas e até tratamentos que garantem a cura definitiva do problema.
Mas CUIDADO! Leia esse artigo até o final e entenda porque você pode estar “enxugando gelo.” E o pior, agravando o problema na busca pelo remédio caseiro para o mau hálito.
Afinal, quais são as causas do mau hálito e qual o tratamento?
Primeiro de tudo, é preciso ter em mente que as principais causas de alteração do hálito são a formação excessiva de biofilme lingual (saburra lingual), que é aquela placa esbranquiçada que se forma sobre a língua, redução no fluxo salivar, doença periodontal e, em alguns casos, alterações sistêmicas como diabetes descompensado e problemas renais.
E que NÃO EXISTE tratamento efetivo sem o controle dessas causas. Aliás, eu vou um pouco além! Não existe tratamento efetivo sem controle de causas e sem as ações necessárias para que o paciente recupere a segurança e a autoestima perdidas.
Remédios Caseiros para Mau Hálito Funcionam?
Alguns remédios caseiros para o mau hálito podem melhorar momentaneamente a situação por contribuir com o aumento da produção de saliva ou por mascarar o problema. Mas logo a alteração volta e com o tempo, e a sucessão de testes e novas receitas, a pessoa vai perdendo a esperança de que o seu caso tenha solução.
Outras receitas caseiras ressecam a mucosa bucal, favorecem a descamação e a formação de biofilme lingual e cáseos amigdalianos (clique aqui para saber mais sobre cáseos amigdalianos).
E se você parar um pouquinho e observar, geralmente esses remédios caseiros estão relacionados a melhoria da digestão ou tratamento de problemas estomacais. Mas o estômago responde por menos de 2% dos casos, enquanto a boca por mais de 90%.
Existem também as soluções vendidas nas prateleiras do supermercado. Quem nunca viu nas embalagens de cremes dentais e enxaguantes a clássica promessa “Dentes brancos e hálito fresco.” Pois tenha cuidado e aprenda a ler os rótulos! Cremes dentais com lauril sulfato de sódio e enxaguantes com álcool também ressecam a boca e pioram o quadro.
Como resolver o problema?
Então, não se arrisque ou desperdice recursos “enxugando gelo”. Procure um Cirurgião-Dentista qualificado, faça uma avaliação, receba um diagnóstico preciso e siga todas as orientações do profissional para um tratamento efetivo.
IMPORTANTE: Verifique se o profissional é qualificado para o tratamento do hálito e das alterações salivares! Este cuidado é importante porque mau hálito (halitose) praticamente não é estudado na graduação. O Cirurgião-Dentista desenvolve essa competência depois de se formar, participando de cursos específicos na área. Esse talvez esse seja o motivo pelo qual muitas pessoas chegam a passar por outros consultórios sem resolver o problema. No site da Associação Brasileira de Halitose, da qual a Dra. Cláudia Gobor é Presidente, você encontra profissionais indicados em todo o Brasil.
Por último mas não menos importante! Desconfie de qualquer tratamento ou profissional que garanta a cura definitiva do mau hálito. Na área da saúde, definitivo é uma palavra bem questionável. O profissional de saúde não pode garantir que quem emagreceu nunca voltará a engordar ou que a dor de cabeça não se repetirá. O mesmo vale para o hálito.
Então, não fique testando receitas ou produtos e colocando sua saúde em risco. Faça uma avaliação e siga rigorosamente as orientações do profissional!
E lembre-se que não existe produto ou texto de internet que substitua uma avaliação personalizada do seu caso!
Agora que você já sabe o que fazer, é com você! Aproveite para compartilhar essa informação com outras pessoas que também podem se beneficiar com esse conteúdo. E se tiver dúvidas, deixe seu comentário que continuamos a conversa.
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